Fala, debussy
Pode mesmo um poema dançar?
Verso por verso
O poeta dita o compasso
E segue
Abrindo novos espaços
No meio do salão
Eis a questão:
Somos artistas da lira?
Só quem delira, sabe
Hein debussy...
Os devaneios oníricos
Nosso inconsciente é vadio
E quase sempre brutal
Mas há um “quê” de normal
Em nossas feridas
Há um suplício coletivo
Que berra em uníssono
Uma solidão megera
E sabes bem, debussy
E eu também
Que esse sistema impera
No mais, nada mais que isso
Pequenas soluções, são
Pra quem pondera a dor
Vício
É tudo que resta ao compositor
Dançar com a criação
Deixando-se levar por ela
Dança também, debussy